quinta-feira, junho 30, 2005

Geração Gelly-Já

Dei por mim a pensar. Actividade rara e cansativa. Atrás dos pensamentos vêm as memórias e a que surgiu foi: a gelatina gelly-já. Nem sei bem se era assim que se chamava, mas não pude deixar de recordar os meus ataques de açúcar, que eram compensados por esta gelatina instantânea, deslavada e com sabor a congelador.
Ao pensar no congelador lembrei-me da minha geração, os actuais e futuros. Para além de sermos uma geração gelly-já, onde tudo é instantâneo e se consome, estamos congelados.
Já não bastava termos cara de gelatina saltitona, ainda nos condenam a existência.
Entre iguarias e doces conventuais, as gelatinas não têm qualquer hipótese ou representatividade. O que acontece é muito simples:

Gelatina procura emprego
A Gelatina conhece os brigadeiros? e as tortas de Azeitão? Não. Paciência da Cunha.
Quais são as habilitações da Gelatina? Licenciatura, Mestrado, Inglês, Francês, Alemão, Mandarim….ALTO! Demasiadas habilitações para uma gelatina. Paciência dos Espertos.
Dê uma voltinha, ó srª Gelatina….não tem gomos suficientes. Paciência do Silicone.
Gelatina com possível sucesso, estou impressionado, vá para os arquivos agarrar o pó.

Gelatina faz amigos instantâneos
Tens carro? Óptimo.
Não podes sair à noite? Acontece.
A tua roupa é um bocado pindérica! Fica para a próxima.
Tem conversas secantes, estilo inteligentes?! Prazer e até sempre.
Tens sucesso?! Afoga-te.
És gira ou giro: atira-te contra a parede.
És feia ou feio: o ideal para não fazer concorrência.

Gelatina chega ao poder
Fatos: Armani, Gucci, YSL
Sapatos: Sebago, Channel
Carros: Mercedes SLK, BMW série 5, Volvo S70.
Discurso: copy-paste de cavaquismo, cunhalismo ou santanismo
Ideias: está à espera que venham do Burundi... por encomenda.

Gelatina e o Amor
Queres curtir? Quero.
Estás grávida? Aborta.
Tens casa?Não. Pede empréstimo.
Queres Casar? Las Vegas.

segunda-feira, junho 27, 2005

Tive um ataque de cultura…

Sinto-me o volume XXXIII de uma enciclopédia. Se tivesse que procurar o meu número de telefone, não seria nas páginas amarelas, mas sim no Larousse. Finalmente comunico de forma complexa… e de léxico alargado levo os leigos à redundância. Entre um cigarro e gestos subtis que poderiam desenhar um rosto “monalizesco”, avancei em passo firme, em jeito de coluna coríntia, e alicercei-me no Festival de Sintra.
Sofri um autêntico ataque de cultura. Avassalada!...pelos sons de um piano, que rasgado pela ventania, trucidava os melhores penteados da fila da frente. Senti-me um autêntico saco de alpista, no meio de tantos pássaros que insistiam em acompanhar o pianista. Por momentos imaginei-me de fisga no bolso e de caçadeira em punho.
Fascinante era observar os movimentos de um público educado, a enxotar a mosquinha, a desviar a abelhinha que tentava extrair o néctar dos fatinhos da naftalina, a dar um jeitinho no penteado-capacete, e a dizer um “olázinho” em estilo papal.
No intervalo, o público era confortado com um travesseiro de Sintra e um café, prazeres que os despertavam da sonolência mais inoportuna.
Entre telemóveis e descascar de rebuçados para tosse, faltavam as criancinhas. Seres adoráveis, irresistíveis, fantásticos e perfeitos para ficarem em casa, a brincar e a ouvir música para a sua idade…creio que o terceiro andamento da segunda sonata de Chopin, mais conhecido pela “marcha fúnebre”, não é a melhor das sugestões para uma criança de três anos…e pensando melhor acho da próxima vez, fico a fazer companhia às criancinhas: a brincar e a ouvir música própria para a minha idade e estatuto.

quinta-feira, junho 23, 2005

Confissão Directa

Este é o meu outro eu. Aquele que não se defende com larachas ou jogos de palavras. O Eu que escondo constantemente, que me perturba e sufoca. O Eu que tem medo de dizer e de mostrar o lado avesso de uma realidade constante. O Eu que gasta a alma com emoções perdidas e tentativas dispersas. O Eu que deixa de sorrir para dar lugar a um sofrimento inacabado.Este é o meu Eu das palavras que ilustram o ego e que se confessam entre vírgulas e reticências.Este Eu é o ego apagado por uma felicidade plástica e éfemera.

Confissão Indirecta

Todas as teorias que defendia para constituir uma boa amizade, foram chumbadas que nem um orçamento de estado. Tenho um amigo novo. Apesar de não ser muito dada a esoterismos, acredito no destino e que nada acontece por acaso. Assim foi, num momento perfeitamente inesperado, encontrei aquele amigo que eu pensava que não existia, o amigo perfeito.
A Amizade para mim é um sentimento construído, que tem como alicerces o conhecimento mútuo, a verdade e a lealdade. Todos os alicerces para fazerem jus à designação precisam de tempo (para não dizer, muito tempo). De há uns tempos para cá, a minha filosofia sonasol verde foi eliminada…nem o amoníaco lhe valeu. O meu amigo perfeito e instantâneo caiu-me das estrelas, entre palavras e olhares percebi que o conhecia desde sempre, e que fazia parte da minha vida há muito tempo. Confio nele cegamente.
A minha vida não tem sido muito constante e tem levado umas cacetadas valentes, mas mesmo assim considero-me uma pessoa com sorte, por ter pessoas tão especiais que me inundam de alegria, que me invadem com palavras e sons de uma rara beleza. Este amigo, é tão meu que ninguém sabe quem é. Sinto-me egoísta, mas não me apetece partilhar alguém tão especial e em vias de extinção. É o sol do meu jardim secreto.

terça-feira, junho 21, 2005

Dexei o Prozac. Obrigado, Blog!

Tenho blog. Perfeitamente inútil. Não tem conteúdos culturais. Não tem comentários da actual situação política. Não tem dissertações, nem ataques intelectuais.
Este blog tem a função de Prozac. Serve exactamente para gastar a minha solidão, evitar que mastigue almas e feitios, para me distrair do calor e de tudo o que me irrita.
Blogs há muitos mas como o meu, não há nenhum. É o reflexo de uma loucura há muito anunciada.
Sinto-me devastada quando deambulo pelos outros blogs. Que monumentos! Páginas e páginas, comments infinitos, rasgos de genialidade, opiniões vagas e outras que primam pela inutilidade. Gostava de ser assim. Inteligente, Culta, Perspicaz, Mordaz, Audaz e todos “az” a que temos direito. Não sou. Por isso tenho um blog inútil.
Hoje estou a utilizar frases curtas e pontos finais. Não tomei o Prozac, é por isso. Tenho o cérebro dilatado, é do calor.
O texto também está assim porque preciso de respirar entre as frases. É raro ter a capacidade e o engenho de fazer duas coisas ao mesmo tempo, por isso, ou escrevo ou respiro.
Já gastei as palavras que estavam disponíveis para hoje. Tenho um léxico limitado e o meu cérebro tem pouca autonomia, vou pô-lo a carregar para amanhã.

sábado, junho 18, 2005

Agora tenho a mania que escrevo…

Arranjei este meio de comunicação meio estranho. Um BLOG..imagine-se, no meio de uma conversa rebuscada, com requintes da mais profunda intelectualidade, digo: tenho um blog. Naturalmente levo os leigos da cibernáutica às lágrimas, que de imediato, me perguntam se é maligno ou sugerem tratamentos alternativos em Londres.
Na realidade estou preocupada, esta mania compulsiva de bloguismo agudo, provocou-me uma enorme vontade de escrever. Agora tenho a mania que escrevo, e qualquer dia, ainda me transformo naquele tipo de escritoras emergentes sociais, aquelas que para ganhar a vida aparecem nas revistas e afirmam que sempre quiseram ser escritoras.
Dou por mim a imaginar o meu nome, gravado em estilo de sepultura literária, numa daquelas capas sugestivas, que mais parece um número especial das revistas ditas sociais. Tenho horror à escrita light! que em vez de uma substância natural, usa sacarina.
Tenho pesadelos, só de pensar que posso tocar no abismo dos energúmenos, e dou por mim a distender palavras em jeito de filosofia de W.C.
Que me perdoem os verdadeiros, os que detêm o engenho das palavras.

quinta-feira, junho 16, 2005

Lixo Electrónico: não há paciência que o recicle!

Eu tenho andado caladinha, até me tenho controlado para não desatar a farpar outra vez. Fiz aqueles exercícios de contar até 10, respirei muitas vezes e até li os efeitos terapêuticos das almofadinhas de alfazema.
Sou razoável…mas tenho tanta farpa para espetar que tem de ser!
Bloguistas: isto tem de acabar, revoltem-se, cibernéticos hibernem, desliguem computadores, arranquem cabos e monitores. NÃO estão fartos de receber mails insuportáveis, que apesar de serem gentilmente encaminhados para o lixo electrónico, não deixamos de os ver e somos confrontados com as maiores aberrações?????
“Enlarge your penis” – “Reach Full Erection” – “Ciallis, Valium and Viagra, 10% Off”…mas o que é isto, anda uma pessoa a trabalhar no charme feminino a vida inteira, a espalhar glamour por Lisboa, a fazer os encantos dos primatas do sexo oposto e depois é afrontada por esta dislexia humana?
O melhor que recebi “Find the Best Single Christians”. Isto é grave e monstruoso. Falam de pessoas como quem vende esfregões para a loiça. E desde quando é que se distinguem solteiros cristãos de outros? Será que voltámos ao Mein Kempff? Ou a publicidade foi inspirada no Tomás de Torquemada?
O que me preocupa é muito simples: quem é que na realidade nos controla e manipula?

terça-feira, junho 14, 2005

Será que sofro de loucura efervescente?

Estou preocupada. Não consigo analisar, interpretar, decifrar o meu Eu.
Detesto computadores, programas, vírus, updates, máquinas em geral. No entanto passo a vida no MSN a falar com os meus amigos, a trocar e-mails, a escrever num blog e a fazer downloads de músicas e partituras.
Adoro ser livre e recuso que me controlem, não suporto ouvir telefones a tocar incessantemente e que me mandem kolmi’s. No entanto sou dependente do meu telemóvel e sinto que falta qualquer coisa quando o pobre fica esquecido em casa.Até fico triste quando não toca nem que seja um sms curtinho!
Não suporto televisões, são daqueles objectos que afrontam qualquer decoração mais elaborada. Não tenho paciência para ver televisão e quando vejo, sou estilo esquizofrénica que muda os canais até ao 52 e volta ao 1...e depois até ao 52 outra vez, até ficar com as retinas desfocadas e aí sim...fico a olhar para a televisão. No entanto tenho a televisão ligada a toda a hora,em estado surdo-mudo!
Detesto electrodomésticos, todos, desde o secador à varinha mágica. São uma chatice necessária que só ocupam espaço e rompem o mais belo dos silêncios. Do exaustor nem falo, tenho ódio profundo...No entanto, como gosto de cozinhar e detesto esperar que o repasto fique pronto...leio as instruções todas dos ditos...já que tenho que ficar tipo cão de guarda, não vá o acto criativo culinário transformar-se numa mutação.
Detesto carros, prioridades, códigos de estrada, oficinas, pneus, multas, polícias e cartas de condução. No entanto adoro ser conduzida numa longa viagem, onde despejo o cérebro de qualquer ideia ou pensamento e limito-me a olhar o mundo através da janela.
Será que sofro de loucura efervescente? Penso que sim, sofro de uma loucura inconstante que quando provocada aparece e também se desvanece.
Conclusão do relatório o meu Eu é um Alka-Seltzer.

segunda-feira, junho 13, 2005

Polaris

Para um amigo que me ensinou a olhar para as estrelas.
Para um amigo, com quem os momentos e conversas são estrelas cadentes...efémeros e sempre especiais.
Para um amigo que faz das palavras constelações e do riso, cometas.
Para um amigo que destapa o céu afastando docemente a lua.

domingo, junho 12, 2005

Polaris Posted by Hello
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Feira Mediaval - d' El Rei D. João I

Numa tarde de Sintra com o Palácio da Villa a emoldurar um cenário digno da época. Para si, colobarador-mor farpista ergueram-se espadas, bolas de fogo, jogos e jograis. As maiores honras reais lhe foram prestadas.Entre taças de vinho e iguarias vindas da caçada real, a Vós e por Vós gritamos: Que por Deus seja sempre abençoado este nosso leal amigo!
Com REal Lealdade,
Luisinha.

sábado, junho 11, 2005

Mensagem Real. Posted by Hello
Al-Escriv�o-Mor Posted by Hello
Luisinha....em estado Mouro! Posted by Hello
Real Disciplina! Posted by Hello
Sons da Villa Posted by Hello
A V�s e por V�s! Posted by Hello
Um Vulc�o! Posted by Hello
Andarilhos e bolas de fogo Posted by Hello
Nobres de Esp�rito! Posted by Hello
Com Honra! Posted by Hello
Touch�! Posted by Hello
Lan�as Afiadas! Posted by Hello
Armas Reais Posted by Hello
Frades e Manjericos  Posted by Hello
Preparativos para o Real Torneio Posted by Hello
Donzelas procuram Cavaleiro... Posted by Hello
El-Rei Pai de Luisinha Posted by Hello
Reais M�sicos... Posted by Hello

quinta-feira, junho 02, 2005

Revelação

Leitores, fãs e bloguistas incondicionais:

Dentro de segundos, vamos fazer uma das maiores revelações de sempre. Tudo porque o nosso e tão estimado colaborador-farpista oficial, dedicou anos da sua vida a investigar a genealogia da obra de Beethoven.
…E surpreendeu qualquer História da Música, quando defendeu a sua tese e com provas irrefutáveis, nos cedeu a seguinte informação:

Os concertos do supracitado sempre tiveram nomes e graus de parentesco (infelizmente quanto aos graus de parentesco, o nosso genial farpista ainda não nos cedeu a requerida informação):

Concerto para piano nº 1 – Abelardo Sambinha
Concerto para piano nº 2 –
Jorginho Primeiro
Concerto para piano nº 3 – Xavier Canhoto
Concerto para piano nº 4 – Serafim Maltês
Concerto para piano nº 5 –
Raimundo Rocha

Outra revelação que abanou convicções e musicólogos:

Apassionata…na verdade era a Elvira de nome.
Patética…é o pseudónimo de Solange da Conceição (1ª edição)
Solange Aparecida (edição revista)


A 9ª Sinfonia…não tem cá nada do Hino da Alegria e essas coisas básicas e comezinhas….é a Grande (em todos os sentidos…até demasiado) Maria da Glória.

A Heróica era o cognome de Gertrudes.

Um dos mistérios por resolver e que contamos com o árduo empenho e engenho natural do nosso farpista, é a ópera (pelo menos foi o que lhe chamaram) Fidélio. Este bico-de-obra foi dedicado a três condessas de seu nome Simone…quase obsessivo o senhor:
Simone Lenine
Simone de Olivais
Simone Bomvoar
Consta-se então que esta obra teve os três nomes, em cidades diferentes e em estreia absoluta.

Foi descoberto recentemente o Primo Pereira, um dos quartetos ainda não identificado.

Resta-nos agradecer, a fantástica colaboração do nosso farpista, que a seu tempo vos dará a honra de revelar a sua identidade.