segunda-feira, outubro 10, 2005

Coisas Irrelevantes

Entre o último “post” e este, segundo consta tenho mais um ano, o que faz toda a diferença ter 26 e passar a ter 27. Estou absolutamente na mesma.
Eu percebo que a Humanidade precise de números, de raças, estilos, catálogos, inventários, classes, categorias, organigramas e afins, para se orientar…mas isto de atribuir um número em constante crescimento é desnecessário. Se analisarmos as consequências de ter idade numérica, percebemos que esta existe apenas para nos alertar daquilo que devemos ou não fazer, daquilo que podemos ou não podemos, das doenças prováveis e dos condicionamentos que esta implica conforme avança.
Escusam de pensar que estou a ser idiota e não me venham falar da idade biológica e do envelhecimento das células porque a idade em estado numérico nem sempre condiz.
Falo-vos disto e embora tenha feito 27 anos no dia 8, e apesar de continuar com 27 anos no dia 10…continua a ser indiferente. Sei que é sempre confortável em termos sociais dizer o nome, a idade, a profissão e quando se diz que estamos nos “vintes” ou “trintas” as pessoas partem do princípio que é óptimo, que estamos no “melhor da vida”…mas nós também temos desilusões, dores nas costas, consultas médicas, dívidas e problemas…então o que é que nos distingue de uma pessoa de 50 anos? Lá vem a resposta fácil: a maturidade, a vivência e a experiência. Pergunto eu: quem é que nos garante que uma pessoa de 50, 60 ou 70 tenha mais maturidade, experiência ou vivência? Nem todas as pessoas sabem conduzir a sua vida da melhor forma.
Apesar da loucura residente desta Farpas que vos atormenta, acreditem que viver de acordo com uma condição numérica só nos bloqueia. Perdem-se experiências fantásticas por fronteiras temporais, condicionam-se amizades, relacionamentos, aventuras, viagens, decisões e cumplicidades.
Nada me impede de ser responsável, de ter maturidade e de tomar decisões importantes aos 27…mas também ninguém me vai impedir, de me meter num Safari e desafiar um leão quando tiver 70…porque sou eu e não uma ordem numérica simples…tão simples e diminuta comparada com a vida e com as pessoas que me rodeiam e de que tanto gosto.