sábado, agosto 27, 2005

Açores - Parte I

Reencontrei-me com a Natureza. Tinha saudades do contacto com a Terra. A minha passagem por S. Miguel libertou o meu lado selvagem, dei por mim a desafiar o Atlântico, a querer mergulhar em cada lagoa apresentada, a provocar abismos. Tive vontade de me libertar de um Eu cosmopolita, atrofiado pelas regras e pelo tempo e ritmo que nos é imposto.
Acordo agora, com uma energia que só nos é dada pelo reencontro com a beleza, a arte do Divino. Não sabia que a cor verde podia ser tão versátil, que os vulcões que outrora queimaram a Terra, nos davam o mais belo dos silêncios.
É de facto difícil habituarmo-nos a um Mundo, a uma cidade construída, a aprender a dispensar a nossa ousadia, o nosso lado animal. Na realidade andamos calçados porque assim e alguém o determinou. Quem é que não gosta da sensação de sentir a areia molhada?...do mar a convidar-nos para entrar? Quem é que não fica reduzido à cor do sol no crepúsculo? Quem é que não consegue ceder à cor de platina do mar, quando este encontra a Lua?
Vivemos esquecidos daquilo que somos.