quarta-feira, setembro 28, 2005

Portugal Air Show 2005 - Uma Aventura em Pirueta

Regressei. Depois de um estado penitente prolongado, de uma cura intensa e de continuar a viver num estado de aerofobia, conto-vos a minha história….ou melhor a história da vítima que elegi para protagonista.
No Verão passado como sabem tive grandes aventuras aeronáuticas: turbulência, poços de ar, aterragens de emergência, assédios no aeroporto, um “quase” desastre de autocarro, enfim….uma panóplia que fez as delícias dos amigos próximos.
Sem histórias para contar, resolvi aterrar no Portugal Air Show em Évora. Consciente da minha especial relação com os meios aéreos e paisagens envolventes, decidi eleger uma vítima para vir comigo, na expectativa de ter a oportunidade de ser “A” testemunha em vez de ser o tema. Desejo concedido!
O primeiro anseio não era ver os aviões!...mas sim andar de avião. Lá fomos na qualidade de aviadores aspirantes a Kamikazes. Entre tendas, stands, aviões, helicópteros, torpedos, gente, militares e pessoas…lá encontramos uma alma enérgica, sorridente e voluntariosa. Pois, meus amigos: uma alma voluntariosa traz sempre “água no bico”. Fomos arrastados até à pista onde um assistente (bem engraçado, por sinal) de sorriso pasta dentífrica, “nos convidou” a experimentar a dar uma voltinha. O entusiasmo imperava...só não demos pulos porque a idade e o estatuto não permite.
Agora é que vem a parte interessante, a euforia paga-se especialmente quando ninguém se lembra de perguntar em que avião é que se dá “a tal voltinha”.
Sem saber e num acto de delicadeza sugeri que a vítima se divertisse primeiro.
A vítima não era vítima, até eu ter percebido que o tinha enfiado literalmente num inferno acrobático. Pois é…foi assim, com o grande piloto Luís Garção a vítima teve de tudo, piruetas…acrobacias….G’s positivos, negativos, invertidos, diagonais…tudo a que um “Ás pelos Ares” tem direito. A vítima saiu de lá mais agitada que um cocktail, nem uma centrifugação fazia melhor.
Para grandes aventuras é preciso ir ao engano e ter coragem para as enfrentar…aqui dou três gritos de honra pela vítima, porque eu não ia! Nem enganada.
Assim se mantém a minha tradição aeronáutica. Já sabem onde eu estiver e os aviões também…evitem!