quarta-feira, julho 13, 2005

Desculpas para se viver no Frigorífico

Estou tão impaciente com as temperaturas que assolaram Lisboa, que só me apetece viver no frigorífico. O desespero é tão evidente que dou por mim de cabeça enfiada na segunda prateleira, a verificar as datas de validade da hortelã e do tomate coração. O extremo foi quando resolvi estudar todos os ingredientes e componentes dos molhos “plásticos” para temperar saladas, o que distingue a mostarda tradicional da outra, se a lata do sumo tinha a mesma dimensão da lata da cerveja, se meio limão perde mais propriedades virado para baixo, ou virado para cima e se as compotas alteravam a textura com as diferenças de temperatura (dentro da escala do frio, claro).
Para justificar a minha presença no frigorífico, resolvi fazer um estudo logístico dos produtos mais utilizados e dos menos necessários. Com a devida ordem, lá organizei as prateleiras que estavam dignas de um estudo arquitectónico. Depois, porque as minhas tendências artísticas assim o requerem, fiz um estilo de design de interiores com produtos refrigerados, tom sobre tom, ficou um must!
Hoje, ainda vou ler as instruções dentro do frigorífico para dar um ar mais realista, e como se costuma dizer: “que ao pé do pano é que se talha a obra”.