quarta-feira, julho 20, 2005

Portugal nasceu para Conquistar, não para trabalhar.

Num acto de inconsciência absoluta experimentei trabalhar. Foi catastrófico, além de ter adoecido, ainda tive ataques de pânico, subidas e descidas de açúcar…uma coisa horrorosa.
O Ser Humano é curioso por Natureza, de facto experimentar trabalhar é uma ousadia, mas não fui capaz de resistir a tal tentação. Como tenho alguma dificuldade com a rotina, resolvi variar e não passar a tarde toda ao telefone com a prima da terra, não arranjei as unhas, nem li o resumo das Telenovelas, nem sequer fui às compras.
O desgaste foi tal que não deixei os clientes pendurados ao telefone, mantive a linha desimpedida e até enviei um fax. Não imaginam o esforço que fiz.
Fico amargurada ao confessar esta deslealdade para com os portugueses. Foi uma traição à nossa Imperial natureza.
Já dizia o nosso estimado Eduardo Lourenço “que Portugal está voltado de costas para a Europa”, e muito bem. Portugal já não tem nada a conquistar na Europa, nem sequer é parte dela, é um tampão do Atlântico. De futuro resta-nos ser a central de resíduos tóxicos de uma pacífica e silenciosa globalização.
Portugal não produz, deixa-se produzir, é a chamada economia de meios. Vivemos da saudade e da glória, de um tempo que nos deixou como herança um património, para o qual não temos recursos para manter ou recuperar.
A economia de meios é por excelência, o fio condutor deste rectângulo à espera de Novos Mundos por conquistar.