sábado, julho 09, 2005

Sou Táxicodependente

Deixo aqui, uma nota de solidariedade a todos os meus pares, que ainda não têm carta de condução. Não posso deixar de vos avisar que a condição de conduzido é altamente reprovável em sociedade.
A inutilidade e comodismo são apelidos de nascença para os conduzidos. Contudo temos que saber distinguir e analisar cada tipo de conduzido.

Conduzido por altruísmo:

Aquele que tem carta, que conduz na perfeição mas que se deixa conduzir.

Conduzido ambientalista:

Tem carta, sabe conduzir mas não tem carro. Atribui os níveis de chumbo aos que o conduzem.

Conduzido economista:

Tem carta, carro e tudo a que tem direito, mas é conduzido para poder investir o capital noutros prazeres da vida.

Conduzido farinha-amparo:

Tem carta mas não sabe como.

Conduzido solitário:

Aquele que conduz mas prefere ter companhia.

Conduzido em estado puro:

Aquele que não tem carta, não tem carro, não sabe conduzir e não está interessado.


Mediante a apresentação dos diversos tipos de conduzidos, não posso deixar de referir que o último tem graves consequências. Ser conduzido em estado puro é o passaporte para a exclusão social. Não adianta ter um Q.I. acima da média, mestrados, doutoramentos, ser cientista ou fazer pesca submarina, somos de imediato considerados, uma aberração.
Perante este cenário redutor, o caminho está na táxicodependência.
É com algum pesar que vos anuncio que sofro deste mal. Sou dependente em último grau. Tive a família reunida e recebi todo o apoio das melhores instituições para uma cura definitiva. Fiz internamentos na Carris, no Metropolitano e na CP. Amigos próximos sugeriram terapias alternativas: equitação, ciclismo, vela, gaivotas, etc.
Sem qualquer resultado só me resta contar-vos a minha experiência.
Muito brevemente "Sou Táxicodependente II"