sábado, julho 30, 2005

De avestruz a peru

Férias, formato adorado por todos, símbolo de liberdade, ócio e inutilidade. Nesta altura afogam-se relógios mesmo à prova água, ignora-se o calendário, perde-se a obrigação.
Todas as contas e falta de dinheiro são alegremente compensadas por subsídios e empréstimos bancários…vamos lá enterrar a cabeça porque pelas férias, qualquer um é primo da avestruz.
É com regozijo que vejo a liberdade de cada um, condicionada ao quadrado de areia que lhe resta para estender a toalha. De regozijo a júbilo sinto o ócio devastado pelo arrasto da sagrada família, que entre cadeiras e afins, se instalam ditando regras e ritmos condicionantes.
Depois temos as viagens, malas e bagagens, aeroportos, horas de espera, hospedeiras irritantes, comida intragável e um guia que comanda o exército, nos possíveis prazeres de um mundo novo.
De regresso, sem dinheiro, mais cansados e sem férias, recebemos o trabalho, as obrigações e o relógio com enorme gratidão. De avestruz vamos a peru e que venha o Natal.